30.3.17

Ser

de toda a alma com que cruzo
alimento-me por tempo limitado
faço o uso e o desuso
mas não me sacio com o descaso
é como se cada ser fosse um pouquinho de vida
vida vaga precoce e finita
logo acaba e nao ressucita
folego seguido de sofrego interminável
mata mais do que ataque cardíaco
só acaba quando noutro ar respiro
e quando em outros mares suplico
ser inteiro por outrora utopia vazia
e assim me afogo
na costa das tuas costas
que zombam da minha constante agonia
de precisar de um ser
pra ser
que ironia


0 comentários:

Postar um comentário