Todo ano é feito de muita vivência e aprendizado, mas eu diria que o ano de 2020 foi mais do que isso, um ano de provação. Viver já não é lá coisa muito fácil, e isso não é segredo pra ninguém... Mas ter (sobre)vivido 2020 foi quase como uma missão, principalmente interior e curiosamente coletiva. Afinal, do dia pra noite, todos os seres humanos da face da Terra foram tirados do seu eixo e sacudidos sem aviso prévio. Sendo confrontados com o medo e com a perda, tanto de pessoas queridas como da liberdade nessa nova realidade restritiva do mundo. Pouco a pouco os grandes desejos, o lazer, as futilidades do cotidiano e a trivialidade da vida foram se esvaindo… E assim dando lugar ao cuidado, à saúde, à família, à humanidade, ao senso de coletividade e aos enfrentamentos. Nunca antes precisamos, e de fato fomos, tão humanos. E no meio disso tudo, ainda tivemos a (às vezes tão árdua) tarefa de conviver com a gente mesmo, mais do que nunca antes na história do século atual. Sem o mundo exterior frenético para ajudar a preencher grande parte dos nossos anseios, fomos obrigados a manter um diálogo diário ainda mais profundo com o nosso próprio eu. Questionando e entendendo nossos pensamentos, nossas mudanças, nossas ações, nossa realidade, nossos privilégios e nossas prioridades. Pois nesse ano, nossas atitudes não eram apenas sobre a gente. E desse jeito fomos levando, suportando e aprendendo, evoluindo mesmo com alguns tropeços, perdas e desvios. Mas, apesar de todas as dores que 2020 trouxe, ele certamente também proporcionou a cada indivíduo que sobreviveu a ele, um senso muito maior de valor perante aquilo que realmente importa na vida... E que nem sempre paramos para observar, agradecer e valorizar. Beijos, abraços, momentos, pessoas, lugares e circunstâncias nunca antes foram tão preciosos. Às vezes sentimos que precisamos de tanto para alcançar a tão sonhada felicidade, mas no fim, se tivermos saúde, onde morar, o que comer e a quem amar e ser amado, significa que a sorte já está ali vibrando ao nosso lado, basta ter um olhar mais demorado. Achei que 2020 seria o ano em que eu fosse conseguir tudo o que eu queria. Mas agora eu sei que 2020 é o ano que me ensinou a agradecer por tudo que eu tenho.
31.12.20
27.11.20
A beleza no neutro
Sempre gostei muito das cores pelas sensações únicas que cada uma causa. Já a ideia da imagem preta e branca nunca me atraiu muito. Apesar de achar bonito, no fundo eu sempre pensava que deixando a cor original da imagem ela teria mais contexto, história e verdade. Até que fiz a disciplina de Fotografia na facul de Jornalismo e aprendi que deixar a imagem preta e branca na verdade serve justamente para não dispersar o observador com a cores, o fazendo focar de fato na mensagem que a foto produz. Confesso que de início descobrir isso foi chocante pra mim, amante do potencial das cores. Hoje sigo preferindo as paletas diversificadas e radiantes, mas aos poucos também tenho aprendido a apreciar a arte do neutro. Afinal, se as cores trazem vida, a neutralidade traz imersão. E se até mesmo o céu as vezes escolhe ficar cinza ao invés de azul, quem sou eu pra dizer o que é certo ou errado?
18.8.20
Seriam as Janelas a alma dos olhos?
Sempre amei a estética de lençóis amassados e a sensação de conforto e vida que trazem, mas não consigo viver meu dia sem antes arrumar a cama e esticar perfeitamente os lençóis e cobertores impreterivelmente todas as manhãs...já aceitei que certas coisas existem para serem bonitas somente na idealização e não na prática. Já as janelas eu sempre preferi abertas, afinal uma janela que permanece fechada não está cumprindo com êxito a sua função. Independentemente do design, material ou cor, toda janela é uma brecha que sempre traz conforto pelo simples fato grandioso de expandir. As vezes precisamos mudar o ambiente e olhar pra fora da gente, absorvendo novas versões da vida que nos ajudem a compreender melhor o nosso próprio lado de dentro, e se os olhos são as janelas da alma seriam as janelas a alma dos olhos?




no cartório e pk pros íntimos (por causa das iniciais do sobrenome), 21 anos, virginiana com ascendente em touro e lua em sagitário e salva pela existência do verbo. Não vou falar das coisas que gosto pois odeio objetividade vou falar do que eu sou pois eu sou subjetividade, sou extremo, sou arte, sou desastre. Se você quiser saber sobre mim não me procure aqui pois eu moro nas entrelinhas.