Agora são 01h30am do dia 18/05/2020 e eu permaneço de olhos pregados pois o amanhã é incerto. Já perdi as contas de quantos dias estou de quarentena e a quanto tempo o mundo tem clamado por trégua. Me sinto escrevendo um texto valioso pois cada fração dessas linhas estão repletas de momento. O agora é intransponível e esse texto nunca poderá ser reescrito, pois esse momento é único na história. Não só na minha como na de todos os seres humanos que habitam esse planeta que chamamos de Terra e tratamos com miséria. E ele, o planeta, está gritando em alto e bom som a sua réplica. Eu ainda nem citei o problema e você certamente já sabe do que se trata. O vírus com nome de cerveja que tem percorrido países e corpos, assustando o mundo e nos mantendo dentro de casa, presos em nós mesmos. Não vou entrar em méritos de saúde pública aqui (apesar deles serem primordiais), eu quero é tratar do lado humano que existe em meio a essa pandemia global, dos corações que pulsam quentinhos e inquietos dentro de suas casas. Nos últimos dias meu despertador tem tocado como de costume, e o pensamento que antes costumava ser a minha rotina agora, por vezes, da lugar a uma nuvem pesada que paira sobre as minhas responsabilidades triviais. Confesso que às vezes é difícil controlar a angústia ao imaginar quanto essa “prisão” domiciliar patrocinada pela covid-19 pode durar e a dimensão dos estragos que pode causar...mas logo tento racionalizar e substituir esse pensamento pelo clichê mais verdadeiro da história: todas as coisas ruins sempre tem seu lado bom. O dia-a-dia sem pandemia é um flash, as obrigações se misturam com as vontades que se misturam com as horas que se misturam com as pessoas que se misturam com os lugares, e de repente já tá na hora de deitar na cama pra descansar e começar tudo novo de novo. Pela primeira vez na história o planeta está nos proporcionando um respiro...profundo, necessário e de cura. Que tenhamos a sabedoria de respeitar e usufruir desse momento inédito sem pânico e de forma construtiva, decorando não só o lado de dentro das nossas casas, mas também do nosso corpo e da nossa alma.
21.5.20
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no cartório e pk pros íntimos (por causa das iniciais do sobrenome), 21 anos, virginiana com ascendente em touro e lua em sagitário e salva pela existência do verbo. Não vou falar das coisas que gosto pois odeio objetividade vou falar do que eu sou pois eu sou subjetividade, sou extremo, sou arte, sou desastre. Se você quiser saber sobre mim não me procure aqui pois eu moro nas entrelinhas.
Eu sempre amei e sempre vou amar suas palavras. Parabens peka.
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